sábado, 6 de junho de 2009

Capítulo 8 - A Sombra do Dia




Ricardo Ramiro – Terça-Feira 10/02/2009 – 9:34h

“Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos.” – Ricardo após ler essa expressão num envelope dentro de seu porta-luvas aberto, começou a refletir, enquanto os enfurecidos aos montes iam se aproximando do veículo.-“Essa é uma expressão que nada tem a haver comigo, afinal eu nunca fui ninguém, ou melhor, pensando bem tem algo a haver comigo, estou fazendo algo pra mudar o que sou.Será que sou assim? Não sei nem mesmo porque estou aqui nesse momento, porque tomei essa decisão de última hora ? Será o amor? Ora, acho que estou enlouquecendo com tudo isso.”

Confuso com tudo,estava cada vez mais difícil dirigir naquele terreno. Sem falar dos vários infectados, correndo como loucos, soltando gemidos infernais, esses como gritos de raiva, gritos de desespero, a fome por sangue parecia incontrolável...a luta por vida também.

Scott Willians - Terça-Feira 10/02/2009 – 9:34h

Cautelosamente Scott, com uma das mãos, abriu a porta do porão, fechou-a sem fazer barulho, e segurou firmemente sua pequena arma agora com as duas mãos.Andou cautelosamente pelo corredor largo até chegar a imensa sala de estar, nem sinal de infectados por ali.Abriu a grande porta dupla de entrada e deparou-se com um jipe bem distante, andando em alta velocidade aos pulos, no chão esburacado.E como já se esperava, os famintos infectados tentando cerca-lo.

Ricardo Ramiro – Terça-Feira 10/02/2009 – 9:35h

“Merda ! Tem mais do que da última vez ! Esses malditos...pode ser que já os tenham matados. O que estou pensando? Tenho que ajuda-los, é claro que estão vivos, aquele pobre casal...MERDA!”

Ricardo se surpreende com o pulo de um infectado, caindo em cima do capo de seu jipe.Desesperado e ao mesmo tempo enfurecido Ricardo pega com uma de suas mãos, sua inseparável Calibre 12, jogada ao seu lado no banco,dando apenas um tiro,fazendo o infectado sem vida voar para trás.

“Preciso me livrar desses desgraçados, é a única forma de entrar naquela casa !”

Scott Willians - Terça-Feira 10/02/2009 – 9:37h

- Já sei – disse Scott, após bolar um plano.

Correu então pra dentro da sala de estar, foi até a porta ao fundo do lado direito, saindo na garagem.Ergueu o portão enferrujado com as mãos, apontou a arma pro céu claro e deu dois disparos, ecoando pelas redondezas.Percebeu então que seu plano funcionara, pois Ricardo já mudara o percurso, vindo em sua direção.

Ricardo Ramiro – Terça-Feira 10/02/2009 – 9:37h

Surpreendido por um som, semelhante a um tiro, Ricardo deu uma leve olhada para o lado, pareceu então ficar feliz em ver Scott com o portão da garagem aberto fazendo sinal com as mãos.Virou o volante com tudo, quase capotando o veiculo, pisou no acelerador e partiu em direção a Scott.


Mas para infelicidade de Scott, não fora só Ricardo que notara sua presença. Agora os poucos infectado que restaram dos atropelamentos feitos por Ricardo, partiam em debandada em sua direção.Dois deles, a uns três passos de distancia se aproximam, o que faz com que Scott tenha que atirar.Um leva um tiro certeiro na cabeça e rola morto no chão,o outro leva alguns tiros no peito,mas ainda com vida,consegue se levantar.Scott entra em desespero, as balas de sua arma já tinham acabado!O infectado então dá uma leve olhada para sua vitima antes de atacar.

-É o fim. – suspirou Scott.

De tão desesperado e confiante em sua morte,Scott nem percebeu a aproximação do jipe em alta velocidade, que chegou atropelando o ser infernal.

- RÁPIDO, – berrou Ricardo pulando do jipe – FECHA LOGO ESSE PORTÃO !

Scott abaixou o portão rapidamente, alguns infectados estavam bem perto dele.

- Vamos por aqui, – disse Scott, apontando para porta por onde tinha vindo. – esse portão não vai agüentar por muito tempo!

Parecia que não, pois já estava todo amassado, com as fortes batidas e socos dadas pelos infectados.Scott percebeu que alguns grunhidos ficaram mais fracos, como se tivessem se distanciando, logo percebeu seu erro.

- Merda, - disse ele,mais desesperado do que nunca – esqueci a porta da sala aberta. VAMOS EMBORA !

Correram o mais rápido possível para dentro da sala, lá depararam-se com alguns infectados entrando mais rápidos ainda, Ricardo atirava com sua cartucheira para tentar ganhar tempo.Entraram pelo porta, que dava no corredor largo, a intenção deles era chegar até onde Samantha estava escondida,no porão.Porém no caminho havia mais três malditos, Ricardo atirava,mas era quase inútil, pois os infectados eram rápidos o bastante para desviar.

A única coisa que Scott se pos a fazer, foi abrir a porta mais próxima, a que dava no corredor mais estreito.

-Por aqui – disse ele.

Ricardo o seguiu,depois de atirar mais uma vez contra os infectados.Nesse corredor, já haviam mais dois deles, que teriam vindo da sala de estar.

-Esses filhos da puta surgem como baratas – disse Ricardo enfurecido.
- Por aqui, – disse Scott nem dando ouvidos ao que Ricardo dizia. – vamos subir a escada.

Subiram correndo, dando passos largos, subindo de dois em dois degraus,Ricardo sempre atirando para trás.

- E agora? – perguntou Ricardo.
- Não sei, - respondeu Scott,meio confuso – aqui em cima eu ainda não vim.
- Merda ! – retrucou Ricardo

Nesse segundo andar, havia um pequeno corredor, com mais quatro portas, duas em cada lado.No final do corredor, havia uma porta de vidro que dava numa enorme sacada.

-E agora? – perguntou Scott desesperado.
-Vê se tem alguma aberta, – respondeu Ricardo mais desesperado ainda – mas anda logo !

Enquanto Ricardo mantinha sua visão atenta na escada, esperando algum infectado aparecer correndo, Scott foi tentando abrir as portas uma por uma.A primeira não se abriu, nem a que estava a sua frente, mas as duas ultimas estavam destrancadas e com chaves por dentro,as duas mais próximas da sacada.

-Aqui, essas duas, - gritou Scott, mas quando olhou pra Ricardo,esse atirava cegamente contra quatro infectados que subiram pela escada.

Como o corredor era curto e Ricardo vinha em disparada, Scott calculou que não haveria tempo dos dois entrarem pela mesma porta a tempo dos infectados os pegarem.
Então rapidamente Scott entrou por uma das portas, antes de fecha-la pode ver Ricardo entrando pela outra logo a sua frente.Ambos trancaram as portas o mais rápido possível.

Ricardo via-se num cômodo vazio, sem moveis nem nada, apenas com mais uma porta ao lado, supondo que esta dava na grande sacada.Scott também via-se num cômodo indefinido, apenas um lugar empoeirado com tocos de madeira jogados num canto e uma porta ao lado.

Enquanto Scott; desesperado com as fortes batidas na porta dadas pelos infectados; bolava um plano para sair dali, Ricardo sentou-se no chão encostado a parede, enquanto recarregava sua arma.

As horas foram passando, Scott podia ouvir os baixos gemidos do lado de fora do quarto em que se mantinha seguro,sabia que mesmo após as batidas contra a porta pararem ainda havia perdidos perambulando por ali, somente esperando a hora certa para se alimentar.
Samantha por sua vez,via-se encolhida dentro do gigante armário, assustada,com medo,temendo o pior, enquanto pensava:

“Será que Scott está bem?Por que ele ainda não voltou?”

Desesperada, Samantha fazia força pra sair daquele cômodo e ir atrás do seu amado,pai de seu filho,mas o medo a mantinha presa ali.O que seria de seu filho?Ficaria presa ali para sempre até morrer de fome?Pensamentos e mais pensamentos era o que lhe dava forças para levantar, contudo quando ela conseguiu se mover; num tom de coragem; algo maior que o medo tomou conta de si...um som sobrenatural.

Ao longe podia-se perceber, era um choro, certamente um choro de bebê.E não era um choro normal, era como se o bebê estivesse chamando pela mãe,um choro de desespero que ecoava pelas redondezas, tão infernal,mas tão infernal que no mesmo instante o coração de Samantha disparou e pela sua testa começaram a escorrer pequenas gotículas de suor frio, enquanto estava paralisada.

O choro apavorante continuava a ecoar, Scott apavorado, percebeu uma correria do lado de fora do cômodo,

-Essa é minha chance. – disse ele, enquanto abria a porta de trás do cômodo.

Como não tinha certeza que todos os infectado tinham corrido,Scott decidiu atravessar a sacada e ir para o quarto onde Ricardo estava.Cautelosamente abriu a porta de trás do cômodo e andou pela comprida sacada,mas quando estava se aproximando da porta de vidro seus olhos entortaram ao ver uma imagem de horror.Ao olhar para baixo da sacada, lá perto das árvores,Scott pode ver uma mulher caminhando silenciosamente para dentro da floresta, enquanto os infectados; até alguns que tinham pulado pela sacada; corriam em sua direção.Scott sabia agora que o choro de bebê misteriosamente estava vindo daquela mulher.Paralisado então com o que acabara de ver, continuou a observar os infectado perseguindo-a,e por uma fração de segundos ficarem abobalhados e enfurecidos com alguma coisa, seria porque o choro havia parado ou então porque sem mais nem menos a misteriosa mulher desapareceu do nada.Sem entender coisa alguma, Scott voltou a si e percebeu que um infectado retornara da escada vindo pelo corredor em sua direção, rapidamente então pôs-se a fechar a porta de vidro e correr até a porta do quarto onde estava Ricardo.

- Ricardo, - gritava Scott enquanto esmurrava a porta. – abre a porta rápido !

Ricardo percebendo que Scott estava com problemas, correu a abrir a porta, pouco antes do infectado conseguir trincar a porta de vidro.

- Como você conseguiu sair do outro quarto? – perguntou Ricardo enquanto trancava a porta.
- Eu vim por aquela sacada. - respondeu Scott. – Mas o que mais me intrigou foi aquele choro de bebê.
- Choro? – perguntou Ricardo,parecendo não saber de nada. – Que choro?
- Como é que é? Você não ouviu? – perguntou Scott espantado.
- Acho melhor você parar com besteiras, - respondeu Ricardo. – senta aí e tenta bolar um plano pra gente sair daqui.Choro, você só pode estar enlouquecendo!

Aquela misteriosa mulher, o choro de bebê, parecia muito estranho, mas o mais estranho ainda foi Ricardo não ouvi-lo.Contudo, o que Scott mais desejava no momento, era estar numa praia na América do Sul com Samantha, passando sua Lua-de-Mel.


As horas foram passando, Samantha agora debilita não conseguia nem se mover, enquanto esperava a Sra. Morte vir lhe buscar.

Já passava das 14:00h quando Scott lembrou-se do que tanto queria perguntar a Ricardo, ergueu então a cabeça dolorida dos braços debruçados sobre os joelhos, e disse roço ao policial ao seu lado, que olhava para lugar nenhum.

- Ei, Ricardo. – Ricardo manteve-se com os olhos grudado no teto do quarto, parecendo estar perdido em pensamentos. – Ricardo ! Escute bem! – disse agora com tom mais alto. – Há uma coisa que queria lhe perguntar.
- Estou ouvindo. – disse Ricardo sem desviar o olhar.
- É sobre esse vírus, que transformou essas pessoas em canibais. – disse Scott
- Vai falando... – disse Ricardo.
- Lá na cidade, em Betwin, o prefeito nos contou toda a historia, a mim e a Samantha – ao citar esse nome, Ricardo virou o rosto para Scott. – Nos contou sobre Tom Jordan e sua família, por uma momento cheguei a acreditar em tudo em que ele nos disse.Até encontrar isso. – e com uma das mãos retirou o diário de Tom Jordan do bolso interno de sua jaqueta.
- Hum, que interessante, você encontrou o diário de Tom Jordan?Como foi que o encontrou? – perguntou Ricardo.
- Nem queira saber. – disse Scott, tentando esquecer o ocorrido.
- Certo, mas me diga então, – disse Ricardo. – o que foi afinal que o prefeito de Betwin inventou desta vez?

Scott então contou a Ricardo, toda a estória do prefeito.

- Há há há há há ! Então foi isso? – gozou Ricardo.
- Sim, agora estou eu aqui curioso, - disse Scott. – quero saber a verdadeira historia, quem foi que matou a família Jordan? A quem Tom tanto temia? Diga me por favor !
- Está bem, se é isso que você quer. – disse Ricardo. – A verdade toda é que Tom Jordan, estava trabalhando para o governo dos EUA, por ser um dos melhores vírologos de seu cargo.Ele foi obrigado a trabalhar junto a cientistas do governo para desenvolver um vírus ou sei lá o que, que tornasse soldados do exercito em verdadeiras armas de guerra ! Como em qualquer outra estória de terror, o vírus saiu fora de controle, assim como você leu aqui, - mostrou o diário, - o governo ordenou que Betwin se permanecesse em silencio sobre o ocorrido, mas para piorar, moradores intrometidos assim como vocês, desobedeceram aos avisos do prefeito e tudo terminou como está agora. O começo do fim !

Scott sem ter o que dizer, improvisou:

- Temos que sair daqui !
-Eu acho uma ótima idéia – concordou Ricardo, levantando-se do chão empoeirado.
- Faz algumas horas que eu não escuto nenhum deles, pode ser que já tenham ido. – disse Scott.
- Vamos embora ! – disse Ricardo, empunhando sua Calibre 12.

Scott estava certo, de certa forma o caminho estava livre, dando-lhes bastante tempo de chegar até o porão onde Samantha estava a espera do fim.

- Samantha ! Samantha meu amor, você está bem ? – disse Scott desesperado abrindo a porta do gigante armário, onde deixou sua amada esposa. – Vamos temos que partir agora.
- Não consigo, estou muito fraca. – disse ela com uma voz fraca.
- Venha, eu te ajudo. – disse Scott, passando um dos braços de Samantha por trás de sua nuca.
- Vamos! – berrou Ricardo.

Na correria pelos cômodos da casa revirada, Samantha deparou um porta-retratos em cima de uma pequena mesa.Nele a foto velha de uma mulher, com cabelos loiros e um sorriso brilhante.

- Samantha, por que parou de correr? – perguntou Scott.

Mas nada respondeu. Apenas continuou a olhar a foto.

- Por que vocês dois pararam? – perguntou Ricardo. – Vamos embora !
- Samantha, temos que ir. – disse Scott apressado.
- Foi ela Scott! – disse Samantha assustada. – esta é a mulher.
- Sim,esta é Sonia, esta é a falecida esposa de Tom Jordan. – disse Ricardo. – Agora vamos!
- Não pode ser, foi ela. – Um tom de pavor tomava conta das palavras de Samantha.
- O que tem Sonia Jordan ? – perguntou Scott.
- Você se lembra porque estamos aqui ? – perguntou Samantha.
- Por sua causa se me lembro bem, - disse Scott, já irritado. – e agora que podemos ir embora vamos morrer aqui por sua causa também !
- Não Scott, você não se lembra do que eu disse ? Quem me aconselhou a vir pra cá? – perguntou Samantha, Scott começou a se lembrar. – Então se lembrou do que eu lhe disse?Que uma amiga minha me aconselhou a vir pra cá, uma mulher nova no trabalho, na editora onde eu trabalho.
- Agora eu me lembro, mas o que tem a ver ela com Sonia Jordan? – disse Scott.
- Aquela mulher, minha colega de trabalho, - dizia Samantha com uma cara de espanto. – está é ela ! – e apontou para a foto no porta-retratos quebrado em cima da mesinha.
- Impossível, Sonia Jordan está morta a muito tempo, bem antes de vocês virem pra cá! – afirmou Ricardo.
- Não ! Não pode ser, Samantha você tem certeza disso? – perguntou Scott espantado, sem nem ao menos conseguir olhar para a foto.

Mas palavra alguma saiu da boca de Samantha. Para ela parecia estar bem claro o que aconteceu ali.Mesmo muito confusa, e com a cabeça nas nuvens ela pode ouvir altos grunhidos de raiva vindo de algum cômodo ali por perto.

- Droga, perdemos muito tempo, temos que ir agora ! – disse Ricardo enfurecido.

Samantha não se moveu, nem ao menos sentiu Scott lhe puxando pelos braços. Apenas ouviu um bebê chorando assustadoramente, antes de cair no chão sujo, já desmaiada.

8 comentários:

Anônimo disse...

Belo Blog !
=o
c escreve mto !!!

Unknown disse...

a ideia me agradou; o texto, um pouco menos. não que esteja ruim, só esta 'longo' demais pra mim - por se tratar de um blog.

Jaime Guimarães disse...

Oi!

Bom, tem partes do texto que lembram até roteiros cinematográficos, pois tem bastante ação e é bem direto.

Tem alguns elementos narrativos interessantes, também.

Boa sorte com seus textos.

Dolfe disse...

Bem cara, sou eu o Rodolfo do conto "Cidade dos Mortos" e do blog "Boteco de Inutilidades 1.5"

So agora pude ler direito teu conto vei, e porra, ta muito massa, essa maluko ai em cima ta certíssimo, ta parecendo coisa de cinema!

num liga pra essas pessoas q falam q o texto e ruim por ser curto, são tudo mlk preguiço, continua assim q ta foda vei! abração!

Dolfe disse...

correção vei "num liga pra essas pessoas q falam q o texto e ruim por ser curto"

errei ai, num e curto, e longo, não lig apra esse povo q reclama q o texto e longo!

abraço aew

Inez disse...

O blog está bonitinho, organizado, mas, a história é muito mórbida.

Lua- Eu Crio Moda disse...

só d imagina coisas infectadas ao meu redor me da medo rsrsrrs
parabens adoro textos assim
bjos

p.s amei o nome do blog

Tiago Toy disse...

Parou pq?
Não vai continuar?
¬¬

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